segunda-feira, 4 de julho de 2022

Privilégio Sabatino

 


SABE O QUE É O PRIVILÉGIO SABATINO?

O "Privilégio Sabatino" é a maior (ou uma das maiores) indulgência que a Igreja concede aos fiéis. Consiste em ser tirado do purgatório no sábado após a sua morte pela própria Nossa Senhora, ou seja, se você morrer numa quinta-feira à noite só vai passar pouco mais de 24h no purgatório pois no sábado N. S. te tira de lá, mas se morrer num sábado vai passar 7 dias lá até o sábado seguinte a sua morte. Entendeu? Quem prometeu o Privilégio Sabatino foi a própria Nossa Senhora em uma aparição ao Papa João XXII (isso mesmo, ao João 22 e não ao João 23), ela confirmou a promessa feita à São Simão Stock (2° requisito abaixo) e acrescentou o Privilégio Sabatino que foi aceito, confirmado e ratificado por 16 papas, incluindo São Pio V (1566).

A Igreja concede o Privilégio Sabatino a quem cumpre 4 requisitos:

1°- Receber a benção e a Imposição de um escapulário marrom de Nossa Senhora do Carmo (de preferência de um sacerdote carmelita, mas na falta desde qualquer padre pode fazê-lo com o rito próprio, não basta uma benção simples). O primeiro que receber deve ser de lã pura, os outros que vier a usar pode ser de outro tecido ou metal.

2°- Usar piamente e devotamente este mesmo escapulário diariamente (se ficar velho ou arrebentar é só comprar outro e usar sem precisar abençoar de novo pois a benção do escapulário do Carmo já está em você, basta usá-lo e ele fica bento). OBS.: Só de cumprir esse 2º requisito você já é livre do inferno, segundo a aparição de N. S. do Carmo à  São Simão Stock em 16 de julho de  1251.

3°- Viver a castidade segundo seu Estado de Vida: solteiro, viúvo, celibatário consagrado, casado, sacerdote ou religioso.

4°- Recitar o Ofício Parvo diariamente. PORÉM os que são impedidos de recitá-lo diariamente seja por ser analfabeto, por estar em região ou época de perseguição mortal anticatólica ou outro motivo justo é permitido comutar por: prática de todos os jejuns obrigatórios pela Igreja, em adição deve abster-se de carne todas as quartas- feiras, sextas-feiras e sábados do ano (exceto nas Oitavas e quando o Natal ou outra Solenidade cair num desses dias).


CONTUDO se o fiel não tem acesso ao Ofício Parvo o seu confessor pode alterar o 4° requisito por outra penitência até que ele compre o livro do Ofício Parvo (geralmente a recitação diária dos Mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos do Santo Rosário Mariano). Essa autoridade de mudar o 4° requisito foi garantido a todos os confessores pelo Papa Leão XIII no Decreto da Congregação das Indulgências (hoje chamada de Penitenciária Apostólica) em junho de 1901. De acordo com esse decreto qualquer padre com faculdades diocesanas de absolver pecados (seja secular ou religioso) pode comutar a recitação do Ofício Parvo por alguma obra piedosa.


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Benção do Escapulário



Antes de seguirmos para a benção e imposição do escapulário, vamos entender um pouco de sua origem. O escapulário é um pedaço de pano que pendia dos ombros para frente e pra trás usado como parte integrande de um habito religioso da família da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Vamos entender um pouco da Ordem Carmelita.

(Trecho do site oficial “Ordem do Carmo em Portugal”)
I - NOME
"Cada Ordem toma o seu nome de um lugar ou de um Santo", escreve João Baconthorp, Carmelita Inglês do séc. XIV. No caso dos Carmelitas, recebem o nome devido ao Monte Carmelo, Monte da Palestina, junto do Mediterrâneo e da Baía de Haifa, pois foi aí que viveram os primeiros monges, junto da fonte de Elias.
II - ORIGEM
Quanto à data do início da Ordem Carmelita, não há muita certeza e é um ponto de discussão que se tornou clássico na história da Igreja, pois é difícil de precisar. É como que um labirinto histórico onde os historiadores se dividem. Por um lado, aparecem lendas piedosas sem qualquer valor histórico; por outro, há uma grande quantidade de documentos, fruto da pesquisa dos historiadores do séc. XX, que provocaram um renascimento da história da Ordem. Há, no entanto, dois fenómenos marcantes no séc. XI e XII que interessam para a história da Ordem:
1.       Ressurgimento da vida eremítica;
2.       As peregrinações maciças à Terra Santa, conhecidas como Cruzadas.
Apesar de tudo, pensamos que podemos ficar com algumas datas certas para a origem da Ordem Carmelita: entre 1153 e 1159, Bertoldo, por inspiração do profeta Elias, dirige-se para o Monte Carmelo. Aí, com o auxílio do seu primo, o Patriarca D. Aimerico de Antioquia, constrói uma pequena capela perto da gruta de Elias e cerca as ruínas que existiam por lá. Aos poucos, cresce o número de eremitas que se espalham por todo o Monte, vivendo separados uns dos outros em pequenas cavernas, procurando assim imitar Elias. Provavelmente em 1209, Alberto, Patriarca de Jerusalém, dá-lhes uma forma de viver concreta, escrita (Regra), e reúne-os perto da fonte de Elias, sob a obediência dum certo B. (segundo se pensa seria Brocardo), que é assim, de facto, o primeiro superior da Ordem.
III - FUNDADOR
A grande glória dos Carmelitas é a grande anonimidade. Não têm fachada, por assim dizer; apenas procuram imitar Elias no "Vivere Deo", no recolhimento e no silêncio. Nunca nenhum dos eremitas da época da formação teve a pretensão de ser o fundador. Mais tarde, quando todas as Ordens se gabavam do seu Fundador, quiseram os Carmelitas pôr Elias como o seu. Daí que tenha surgido uma corrente de lendas da Sucessão Eliana, que colocaram "os Filhos dos Profetas" como os primeiros habitantes do Carmelo. Mas é claro que esta sucessão ininterrupta não aconteceu. Elias é apenas o modelo e Pai Espiritual.

Bem, os monges eremitas viviam no monte Carmelo em eremitérios consagrados a Santissima Virgem Maria, daí a devoção á Nossa Senhora desde o inicio, mas não sob o título que conhecemos hoje. Algumas décadas ou séculos depois um um monge carmelita chamado frei Simão "do Tronco" (ou "Stock" em inglês) teve a visão da mesma Virgem Maria devotada no Monte Carmelo que lhe entregou um escapulário da cor de seu hábito. Mas quem foi São Simão Stock?
(Trecho do site “Ordem Carmelitas Descalços” de Portugal)
Não são muitas as notícias que temos deste nosso Santo. Sabemos que era inglês, que viveu no séc. XIII, que morreu em Bordéus, e que frequentou a Universidade de Oxford onde se doutorou em Teologia. É venerado na Ordem do Carmo pela sua grande santidade e pela sua admirável devoção à Virgem Maria. A sua festa sempre foi celebrada no dia 16 de maio, como sendo o dia da sua morte. Pensa-se que era natural do condado de Kent e que, muito jovem, optou por uma vida eremítica, vivendo muitos anos na concavidade de um tronco, por isso lhe chamam Stock, que em inglês quer dizer «tronco». 
A partir do ano 1232, os carmelitas visitaram várias vezes a Inglaterra, até que em 1242, fundam lá o seu primeiro convento. Numa destas visitas Simão conheceu os carmelitas e deixou-se cativar por eles, vindo a pedir o hábito da Ordem. Dirigiu-se para a Terra Santa, com os religiosos, tendo vivido no Monte Carmelo. 
Quando, em 1242, os carmelitas fundam em Inglaterra, Simão acompanha-os e intervém nas primeiras fundações. Cinco anos mais tarde, a Ordem celebrou o Capítulo Geral em Inglaterra e Frei Simão Stock foi eleito Prior Geral da Europa. 

Foi na madrugada do dia 16 de julho de 1251 que São Simão Stock, então Superior Geral da Ordem dos Carmelitas, rezava o hino “Flos Carmeli”, atribuído a ele pelos carmelitas.



Flos Carmeli,
vitis florigera,
splendor Coeli,
virgo puerpera
singularis. 
Flor do Carmelo
Vinha florida,
esplendor do Céu,
Virgem fecunda,
és singular.

Mater mitis
sed viri nescia
Carmelitis
esto propitia
Stella Maris. 
Doce e bendita,
ó Mãe puríssima,
aos carmelitas,
sê tu propícia,
Estrela do Mar.

Radix Iesse
germinans flosculum
nos ad esse
tecum in saeculum
patiaris. 
Raiz de Jessé,
de brotos floridos,
queiras, feliz,
ao céu pelos séculos
nos elevar.

Inter spinas
quae crescis lilium
serva puras
mentes fragilium
tutelaris. 
Entre os abrolhos,
viçoso lírio,
guarda de escolhos,
o frágil ânimo,
Mãe tutelar.

Armatura
fortis pugnantium
furunt bella
tende praesidium
scapularis.
Forte armadura
Frente o adversário,
Na guerra dura,
o escapulário
vem nos guardar.

Per incerta
prudens consilium
per adversa
iuge solatium
largiaris. 
Nas incertezas,
conselho sábio;
nas asperezas,
consolo sólido
queira nos dar.

Mater dulcis
Carmeli domina,
plebem tuam
reple laetitia
qua bearis. 
Mãe de doçura
do Carmo régio
sê a ventura
que o povo, em júbilo,
faz exultar.

Paradisi
clavis et ianua,
fac nos duci
quo, Mater, gloria
coronaris. Amen
Do paraíso,
és chave, és pórtico;
prudente guia,
a nós, de glória,
vem coroar. Amém.



Então durante a recitação deste hino Nossa Senhora apareceu a São Simão Stock, e entregou-lhe uma faixa larga de tecido marrom com uma abertura para a cabeça, o miraculoso Escapulário do Monte Carmelo.
Ele se encontrava numa situação aflitiva, pois sua Ordem passava por dificuldades muito sérias, sendo desprezada, perseguida e até ameaçada de extinção. Homem de uma fé viva, São Simão não cessava de implorar socorro à Santíssima Virgem, e pedia também um sinal sensível de que seria atendido. Comovida pelas súplicas angustiantes deste seu fervoroso filho, Nossa Senhora lhe trouxe do Céu o santo Escapulário e dirigiu-lhe estas palavras:

“Recebe, filho diletíssimo, o Escapulário de tua Ordem, sinal de minha confraternidade, privilégio para ti e para todos os Carmelitas”.
“Todos os que morrerem revestidos deste Escapulário não padecerão o fogo do inferno. É um sinal de salvação, refúgio nos perigos, aliança de paz e pacto para sempre. ”

A partir dessa misericordiosa intervenção da Mãe de Deus, a Ordem carmelitana refloresceu em todo o mundo! E o Escapulário passou a percorrer sua milagrosa trajetória, como sinal de aliança de Nossa Senhora com os Carmelitas e com toda a humanidade. Setenta anos mais tarde, Nossa Senhora apareceu ao Papa João XXII e lhe fez nova promessa, considerada como complemento da primeira:

“Eu, como terna Mãe dos Carmelitas, descerei ao purgatório no primeiro sábado depois de sua morte e os livrarei e os conduzirei ao Monte Santo da vida eterna. ”

Essa segunda promessa de Nossa Senhora deu origem à célebre Bula Sabatina do Papa João XXII, publicada em 03 de março de 1322, confirmada posteriormente por vários Sumos Pontífices como Alexandre V, Clemente VII e Paulo III.
De início, o Escapulário era de uso exclusivo dos religiosos Carmelitas. Mais tarde, a Igreja, querendo estender os privilégios e benefícios espirituais desse uso a todos os católicos, simplificou seu tamanho e autorizou que sua recepção ficasse ao alcance de todos.
Aqui façamos uma pequena pausa para explicar como um grande pedaço de pano passou a ser usado pelos fiéis leigos. Quando um monge ou monja carmelita vê que seu hábito está velho e precisa de um novo ele(a) se desfaz de todas as peças do seu hábito velho com excessão do escapulário, o escapulário é cortado em dezenas ou centenas de pedacinhos quadrados para a confecção de escapulários para os leigos usarem de forma discreta. Esses pedacinhos de pano são colocados em uma peça de plastico ou madeira atrás das imagens de Nossa Senhora do Carmo (que fica ao peito) e do Sagrado Coração de Jesus (que fica às costas) e essas duas peças são unidas por um fio de algodão, lã, nylom ou outro. É comum encontrar escapulários feitos somente de tecido também onde nestes se encontra estampada as imagens de Jesus e Maria ou de Nossa Senhora do Carmo e do Brasão da Ordem Carmelita, estes também são louváveis de uso. 

Escapulário vem do latim “scapulae” que significa “ombros” e originalmente era uma veste sobreposta que caia dos ombros, usada pelos monges no trabalho para não sujarem suas cogulas (hábito monástico). Os carmelitas o assumiram como mostra de dedicação especial à Virgem, buscando imitar sua entrega a Cristo e ao próximo.
Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, dizia: “Assim como os homens ficam orgulhosos quando outros usam a sua insígnia, assim a Santíssima Virgem se alegra quando os seus filhos usam o escapulário como sinal de que se dedicam ao seu serviço e são membros da família da Mãe de Deus”.
Certo dia, levaram a São Stock um ancião moribundo, que ao recuperar a consciência disse ao santo que não era católico, que usava o escapulário como promessa a seus amigos e que rezava uma Ave Maria diariamente. Antes de morrer, recebeu o batismo e a unção dos enfermos.
Lúcia, a vidente da Virgem da Fátima, contou que na última aparição (outubro de 1917), Maria apareceu com o hábito carmelita e o escapulário na mão e voltou a pedir que seus verdadeiros filhos o levassem com reverência. Deste modo, pediu que aqueles que se consagrem a Ela o usem como sinal desta consagração.
O Beato Papa Gregório X foi enterrado com seu escapulário e 600 anos depois, quando abriram sua tumba, o objeto mariano estava intacto. Algo semelhante aconteceu com Santo Afonso Maria de Ligório. São João Bosco e São João Paulo II também o usavam e São Pedro Claver investia com o escapulário os que convertia e preparava.
A imposição do escapulário deve ser feita preferivelmente em comunidade e que na celebração fique bem expresso o sentido espiritual e de compromisso com a Virgem. O primeiro escapulário deve ser abençoado por um sacerdote e posto sobre o devoto (...).
Quando se abençoa o primeiro escapulário, o devoto não precisa pedir a bênção para escapulários posteriores. Os já gastos, se foram abençoados, não devem ser jogados no lixo, mas podem ser queimados ou enterrados como sinal de respeito.

Como usar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo?


Segue abaixo o modelo da benção do Escapulário segundo a Conferência Episcopal Portuguesa.

BÊNÇÃO E IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO

PRELIMINARES
1208. A bênção e imposição do escapulário deve fazer-se, sempre que seja possível, numa celebração comunitária. Quando se trata da imposição do escapulário, pela qual os fiéis são admitidos na confraria ou irmandade de um
Instituto religioso, esta admissão deve ser feita por um membro ou um ministro devidamente delegado pela competente autoridade do mesmo Instituto.
1209. Para a bênção e imposição, deve utilizar-se um escapulário da forma e matérias determinadas pela confraria ou associação em causa; posteriormente, porém, pode ser substituído por uma medalha benzida.
1210. Para o ingresso numa confraria ou irmandade, na qual alguém se torna espiritualmente participante de um Instituto religioso, tenham-se em conta e observem-se integralmente as normas particulares determinadas por cada
Instituto.

CELEBRAÇÃO DA BÊNÇÃO
RITOS INICIAIS
1211. Reunida a assembleia, ou ao menos os membros da confraria ou
Irmandade, o celebrante aproxima-se, enquanto se canta um hino relacionado com a celebração. Terminado o cântico, o celebrante diz:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos se benzem e respondem:
Amen.
1212. Depois o celebrante saúda os presentes, dizendo:
A graça e a paz de Deus nosso Pai, de quem, por seu Filho, nascido da Virgem Maria, procede todo o bem, estejam convosco.
Ou outras palavras apropriadas, de preferência tomadas da Sagrada Escritura.
Todos respondem:
Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
Ou de outro modo apropriado.
1213. Então o celebrante prepara os presentes para a celebração, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:
Deus serve-se de sinais humildes para manifestar a sua grande misericórdia para connosco. Também o homem adopta sinais humildes para exprimir os seus sentimentos de gratidão, manifestar a sua vontade de servir a Deus e o propósito de ser sempre fiel à sua consagração baptismal.
Este escapulário, que é considerado como um sinal de ingresso na confraria (irmandade...) associada à Ordem Religiosa N., aprovada pela
Igreja, exprime uma vontade concreta de participar no espírito desta
Ordem. Isto equivale a renovar o propósito baptismal de se revestir de
Cristo, para louvor da Santíssima Trindade, até ao dia em que, revestidos da veste nupcial, sejamos admitidos na pátria celeste.

LEITURA DA PALAVRA DE DEUS
1214. O leitor ou um dos presentes ou o próprio celebrante lê um texto da Sagrada
Escritura, de preferência escolhido entre os que se propõem no Leccionário do
Missal Romano para as Missas da Santíssima Trindade, dos mistérios do Senhor ou da Virgem Maria. Pode tomar-se também um texto que tenha especial relação com o espírito do Instituto religioso a que está associada a confraria.
1215. Ou
2 Cor 4, 13 __ 5,10: «Não queremos ser despidos, mas revestidos»
Escutai, irmãos, as palavras do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Com este espírito de fé, como diz a Escritura, «Acreditei, por isso falei», também nós acreditamos e por isso falamos, sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há-de ressuscitar com Jesus e nos levará convosco para junto d’Ele.
Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais abundante multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos para glória de Deus.
Por isso não desanimamos. Ainda que em nós o homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a ligeira aflição de um momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas.
Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é feita pela mão dos homens. Por isso gememos nesta tenda actual, no anseio de nos revestirmos da nossa habitação celeste, se de facto formos encontrados vestidos e não despidos. Na verdade, enquanto estamos nesta tenda, gememos acabrunhados, porque não queremos ser despidos, mas revestidos, para que o que é mortal em nós seja absorvido pela vida.
Mas quem nos formou para este destino foi Deus, Ele que nos deu o penhor do Espírito. Estamos, portanto, sempre cheios de confiança, sabendo que, enquanto habitarmos neste corpo, vivemos como exilados, longe do Senhor, pois caminhamos à luz da fé e não da visão clara. E com esta confiança, preferíamos exilar-nos do corpo para irmos habitar junto do Senhor.
Por isso nos empenhamos em ser-Lhe agradáveis, quer continuemos a habitar no corpo, quer tenhamos de sair dele. Todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que receba cada qual o que tiver merecido enquanto esteve no corpo, quer o bem quer o mal.
1216. Então o celebrante faz a homilia, na qual explica aos presentes o significado da celebração.

PRECES
1217. Segue-se a oração comum. Das invocações que a seguir se propõem, o celebrante pode escolher as que parecerem mais apropriadas ou acrescentar outras mais directamente relacionadas com as circunstâncias dos fiéis ou do momento.
Confiados na intercessão da Mãe de Deus, que teceu a veste da nossa condição mortal para o Verbo divino, encarnado pelo poder do Espírito
Santo, para que participemos na graça d’Aquele que é o nosso irmão primogénito e vivamos para louvor da glória de Deus, invoquemos o Pai celeste, dizendo:
R. Concedei, Senhor, que nos revistamos de Cristo.
Senhor Deus, que na vossa admirável providência quisestes que o vosso Filho
Se revestisse da nossa natureza humana, para que em Cristo os homens participassem da vossa vida divina,
___ fazei que nos chamemos e sejamos sempre vossos filhos. R.
Pai santo, que na vossa infinita bondade, quisestes que Jesus Cristo fosse em tudo semelhante a nós, excepto no pecado, para que, seguindo-O, nos transformássemos à sua imagem,
___ ensinai-nos a imitar de tal modo a Cristo que Vos agrademos em todas as coisas. R.
Pai santo, que chamais os homens ao banquete da graça revestidos com a veste nupcial do vosso reino, para lhes revelardes o esplendor da vossa glória,
___ ensinai-nos a perseverar fielmente no vosso serviço. R.
Pai santo, que pelo Apóstolo nos exortais a ser no mundo o bom perfume de Cristo,
___ fazei que reconheçamos a presença de Cristo nos nossos irmãos. R.
Pai clementíssimo, que nos adornais com a veste da santidade e da justiça a fim de que, vivendo para Vós no Espírito Santo, manifestemos a santidade da Igreja,
___ santificai-nos cada vez mais na graça de Cristo, para colaborarmos generosamente na salvação dos nossos irmãos. R.
Pai de misericórdia, que sempre nos abençoais com todas as bênçãos espirituais em Cristo até ao dia em que, revestidos com a veste nupcial, vamos ao seu encontro quando Ele vier na sua glória,
___ fazei que, por intercessão da Virgem Santa Maria, passemos felizmente da morte à vida. R.

ORAÇÃO DE BÊNÇÃO
1218. Então o celebrante, de braços abertos, diz:
Deus, princípio e fim da nossa santidade, que chamais à plenitude da graça e à perfeição da caridade aqueles que renasceram da água e do Espírito Santo, olhai benignamente para os vossos servos que recebem piedosamente este escapulário para louvor da Santíssima Trindade (ou, p.ex., em honra da paixão de Cristo) (ou em honra da Virgem Santa Maria), e fazei que se tornem verdadeira imagem de Cristo, de modo que, ao terminarem o curso da sua vida terrena, com o auxílio da Virgem Santíssima, mereçam entrar na alegria da vossa morada celeste. Por Nosso Senhor.
R. Amen.

IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO
1219. Depois o celebrante impõe o escapulário aos candidatos, dizendo as seguintes palavras ou outras semelhantes do Ritual próprio:
a) Para o escapulário em honra da Santíssima Trindade ou dos mistérios de Cristo
Recebe este hábito, pelo qual és admitido na confraria da família religiosa N., dedicada à Santíssima Trindade (ou, p.ex., dedicada à paixão de Cristo), e procura viver de tal modo que, com o auxílio da Virgem Santa Maria, para glória da Santíssima Trindade e para o bem da Igreja e dos homens, te empenhes cada vez mais em revestir-te de Cristo, que nos remiu com o seu sangue.
R. Amen.
b) Para o escapulário em honra da Virgem Santa Maria
Recebe este hábito, pelo qual és recebido na confraria da família religiosa N., dedicada à Virgem Santa Maria e procura viver de tal modo que, com o auxílio da Santa Mãe de Deus, para glória da Santíssima Trindade e para o bem da Igreja e dos homens, te empenhes cada vez mais em revestir-te de Cristo, que nos remiu com o seu sangue.
R. Amen.
1220. Conforme as circunstâncias, o celebrante pronuncia em voz alta a fórmula da imposição uma só vez para todos. Todos respondem ao mesmo tempo
Amen e aproximam-se do celebrante para receberem o escapulário.
1221. Então o celebrante, voltado para os novos membros da confraria, diz:
Pela bênção e imposição deste escapulário, fostes recebidos na família religiosa N., para que possais servir com maior diligência a Cristo e à sua Igreja segundo o espírito desta Ordem religiosa. A fim de conseguirdes mais perfeitamente este bom propósito, eu, com a faculdade que me foi concedida, vos admito a participar de todos os bens espirituais desta família religiosa.
1222. O celebrante, depois de os informar sobre os direitos e obrigações da confraria, asperge-os a todos com água benta, sem dizer nada.
CONCLUSÃO
1223. O celebrante conclui, dizendo:
Deus vos abençoe com a abundância da sua graça e vos guie no espírito da sabedoria celeste.
R. Amen.
Deus vos fortaleça sempre na doutrina da fé e vos faça perseverar na prática das boas obras.
R. Amen.
Deus oriente para Si os vossos passos e vos conduza pelos caminhos da caridade e da paz.
R. Amen.
Abençoe-vos Deus todo-poderoso,
Pai, Filho e Espírito Santo.
R. Amen.
ou outra fórmula de bênção relacionada com o título do escapulário.
1224. É conveniente terminar a celebração com um cântico apropriado.





Outras fontes:

O PODER DO ESCAPULÁRIO E NOSSA SENHORA DO CARMO (16 DE JULHO)


O Escapulário, para que usá-lo?


O que é o escapulário?